quarta-feira, 28 de dezembro de 2011


A maior dor do artista é sorrir. Redesenhando linhas suspeitas, beirando a loucura emocional. Quem faz arte não chora, chove; não vê, cria; não espera, corre; não ama, morre. Quem nasceu para artista ser, sabe bem o suicídio que é viver, sabe o fardo que arde no peito, sabe o aperto, a aflição que está ali desde que os pés se mexeram e os olhos viram. Artista aprende desde cedo que flores, não são somente flores, são almas sambando pelo jardim em graça. Artista aprende que os olhos do mundo são fechados, diferente dos deles, atentos, sonâmbulos. Quem é artista sabe que seus encaixes não encaixam nesse mundo, e que se adaptar é se perder. Adaptar-se é enterrar as vozes gritantes, a mão para esculpir, a cabeça para inventar. Adaptar-se é se enquadrar, se conter… Coisa que artista nenhum deve fazer.
— Layla G.

Nenhum comentário:

Postar um comentário