'' Quanto a mim, o amor passou. Eu só lhe peço pra que não faça como gente vulgar,e não me volte a cara quando passar por ti e nem tenha de mim uma recordação que entre o rancor ficamos um perante o outro como dois conhecidos desde a infancia que se amaram um pouco quando meninos embora na vida adulta sigam outras afeições, conserva no escaninho da alma a memória de seu amor antigo e inútil. ''
domingo, 31 de outubro de 2010
"Durante todo esse tempo ele foi o único que me entendeu, o único que retornou as ligações assim que eu desligava em sua cara, o único que tentou segurar em minha mão quando tudo que eu dava à ele era "as costas". Ele foi o primeiro e único que me suportou em plena TPM, que me chamou de linda justamente quando eu estava o mais normal possível. Ele admirou até mesmo minhas unhas que estavam mau-pintadas, achava meu cabelo esquizito bonito e meu sorriso forçado perfeito. Ele foi o único pelo qual verdadeiramente me interessei, afinal foi o único que passou a imagem de que também estava interessado em mim"
[Amanda Dias]
[Amanda Dias]
sábado, 30 de outubro de 2010
" Ninguém sabe é que isso acontece por que
Vou passar minha vida esquecendo você
E a razão por que vivo esses dias banais
É porque ando triste, ando triste demais
E é por isso que eu falo demais
É por isso que eu bebo demais
E a razão porque vivo essa vida agitada demais
É porque meu amor por você é imenso
O meu amor por você é tão grande
É porque meu amor por você é enorme demais..."
Vou passar minha vida esquecendo você
E a razão por que vivo esses dias banais
É porque ando triste, ando triste demais
E é por isso que eu falo demais
É por isso que eu bebo demais
E a razão porque vivo essa vida agitada demais
É porque meu amor por você é imenso
O meu amor por você é tão grande
É porque meu amor por você é enorme demais..."
"Não é afastando as pessoas que te amam - como eu, por exemplo - que você vai se sentir melhor . Entenda que eu quero estar com você, do seu lado, sabendo o que acontece . De repente me passa pela cabeça que a minha presença ou a minha insistência pode talvez irritá-lo . Então, desculpa não insistirei mais . Eu queria dizer que eu estava com você, e a menos que você não me suporte mais, continuaria te procurando e querendo saber coisas . Bobagens ? Pois é, se quiser ria como você costuma rir para se defender . Não estou me defendendo de nada . Estou perguntando a você se permite que eu tenha carinho por você, seu idiota . Mas estou aqui, continuo aqui não sei até quando, e quando e se você quiser, precisar dê um toque . Te quero imensamente bem, fico pensando se dizendo assim, quem sabe, de repente você até acredita . Acredite "
"Querida mãe, querido pai,
Não sei mais conviver com as pessoas. Tenho medo de uma casa cheia de pais e mães e irmãos e sobrinhos e cunhados e cunhadas. Tenho vivido tão só durante tantos – quase 40 – anos. Devo estar acostumado.
Dormir 24 horas foi a maneira mais delicada que encontrei de não perturbar o equilíbrio de vocês – que é muito delicado. E também de não perturbar o meu próprio equilíbrio – que é tão ou mais delicado.
Estou me transformando aos poucos num ser humano meio viciado em solidão. E que só sabe escrever. Não sei mais falar, abraçar, dar beijos, dizer coisas aparentemente simples como "eu gosto de você". Gosto de mim. Acho que é o destino dos escritores. E tenho pensado que, mais do que qualquer outra coisa, sou um escritor. Uma pessoa que escreve sobre a vida – como quem olha de uma janela – mas não consegue vivê-la.
Amo vocês como quem escreve para uma ficção: sem conseguir dizer nem mostrar isso. O que sobra é o áspero do gesto, a secura da palavra. Por trás disso, há muito amor. Amor louco – todas as pessoas são loucas, inclusive nós; amor encabulado – nós, da fronteira com a Argentina, somos especialmente encabulados. Mas amor de verdade. Perdoem o silêncio, o sono, a rispidez, a solidão. Está ficando tarde, e eu tenho medo de ter desaprendido o jeito. É muito difícil ficar adulto.
Amo vocês, seu filho,
Caio."
Não sei mais conviver com as pessoas. Tenho medo de uma casa cheia de pais e mães e irmãos e sobrinhos e cunhados e cunhadas. Tenho vivido tão só durante tantos – quase 40 – anos. Devo estar acostumado.
Dormir 24 horas foi a maneira mais delicada que encontrei de não perturbar o equilíbrio de vocês – que é muito delicado. E também de não perturbar o meu próprio equilíbrio – que é tão ou mais delicado.
Estou me transformando aos poucos num ser humano meio viciado em solidão. E que só sabe escrever. Não sei mais falar, abraçar, dar beijos, dizer coisas aparentemente simples como "eu gosto de você". Gosto de mim. Acho que é o destino dos escritores. E tenho pensado que, mais do que qualquer outra coisa, sou um escritor. Uma pessoa que escreve sobre a vida – como quem olha de uma janela – mas não consegue vivê-la.
Amo vocês como quem escreve para uma ficção: sem conseguir dizer nem mostrar isso. O que sobra é o áspero do gesto, a secura da palavra. Por trás disso, há muito amor. Amor louco – todas as pessoas são loucas, inclusive nós; amor encabulado – nós, da fronteira com a Argentina, somos especialmente encabulados. Mas amor de verdade. Perdoem o silêncio, o sono, a rispidez, a solidão. Está ficando tarde, e eu tenho medo de ter desaprendido o jeito. É muito difícil ficar adulto.
Amo vocês, seu filho,
Caio."
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
"As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas possam ir embora. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará.Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira."
"Não separe com tanta precisão os heróis dos vilões, cada qual de um lado, tudo muito bonitinho como nas experiências de química. Não há gente completamente boa nem gente completamente má, está tudo misturado e a separação é impossível. O mal está no próprio gênero humano, ninguém presta. Às vezes a gente melhora. Mas passa ... E que interessa o castigo ou o prêmio? ... Tudo muda tanto que a pessoa que pecou na véspera já não é a mesma a ser punida no dia seguinte."
sábado, 23 de outubro de 2010
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
terça-feira, 12 de outubro de 2010
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Saudade se manifesta de forma física. Saudade dói, coça, por vezes arde, oras chega a ferir. Vontade de ter acesso às gravações de cada uma das câmeras de vigilância que têm a felicidade de captar a tua presença. Vontade de ser flagrado contigo, sem nem sombra do medo de mostrar os dentes para o ar. Que seja de verdade, mas que não deixe de ser. Minha certeza. (Lucas Silveira)
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Como vim parar neste mundo estranho onde sentimento é uma coisa que se deve evitar, esconder e negar? Como podem tentar me ensinar que amor é crime quando eu vim ensinar que amor é tudo? Por que é que fui cair justo aqui, nesse lugar que fede hipocrisia, grita solidão e ecoa vazio, onde ninguém resiste à qualquer sinal de dependência emocional, por mais pura que seja? Pra que negar, se omitir, calar? Amar é bonito, é leve. Todo mundo ama, todo mundo esconde. Mas se devo esconder, por que sentir?(Verônica H.)
"É que tudo isso é muito novo pra mim. Dividir medos. Dividir soluções pros meus medos. Eu nunca fiz isso. Quando alguma coisa tá errada eu arrumo um jeito de conviver com isso sem atrapalhar ninguém. Mas daí chega você e quer consertar o que tá errado. Isso é lindo, mas eu tenho medo de não saber lidar com as coisas do jeito que elas são. Fora da realidade que eu criei." (Verônica H.)
terça-feira, 5 de outubro de 2010
"jogado, descabelado, na rede. e você ainda é o homem mais lindo do mundo. no canto da foto dos amigos bêbados, e você é o homem mais lindo do mundo. com gorro, no meio da confusão do frio. escondido embaixo de tanta roupa. no fundo do mar. no escuro. de costas naquela festa chata. meu Deus, como você é lindo. não sei direito o que é aurora boreal, mas acho que deve ser algo lindo que se formava enquanto você era feito. (...) você vai ser infinitamente o garoto mais lindo do mundo para suas garotas infinitamente mais lindas do mundo. me pergunta uma daquelas coisas para eu dar uma daquelas respostas que você morre de rir. me deixa pirar no seu céu da boca escancarado. eu sou a bonitinha que lê uns livros e vê uns filmes. você é essa força absoluta e avassaladora que jamais precisará abrir a boca para impor sua vitória. você coloca aquele moletom cinza com dizeres do surf e eu experimento um guarda-roupas inteiro pra ficar à sua altura. (...) não existe não morrer um pouco quando você chega."
(tati b.)
(tati b.)
domingo, 3 de outubro de 2010
Zé, no começo doeu não sentir nada. Mas eu consegui. Eu não sinto nada. Nada. Uns vem, uns vão. As garrafas tão lá, ao lado do lixo. As cinzas saem dançando por aí. As minhas vão junto. No dia seguinte eu acordo, tomo um banho, passo protetor solar, sento na minha varanda com o meu jornalzinho e ó: nada. Nadinha. Nem pena do mundo eu consigo mais sentir. Minha pureza era linda, Zé, mas ninguém entendia ela, ninguém acolhia ela. Todo mundo só abusava dela. Agora ninguém mais abusa da minha alma pelo simples fato de que eu não tenho mais alma nenhuma. Já era, Zé. É isso que chamam de ser esperto? Nossa, então eu sou uma ninja. Bate aqui no meu peito, Zé? Sentiu o barulho de granito? Quebrou o braço, Zé? Desculpa.
Mas hoje é quinta, hoje tem visita. Hoje tem risada alta, tem festinha, tem maquiagem e música. O senhor promete que não me julga, Zé? Eu sei que você se atrapalha, liga aqui pra cima e fica até mudo. São tantos nomes, não é? Mas é só fazer que nem eu: chama todo mundo de “o outro”. Todos são outros. Porque o de verdade, Zé, o de verdade não existe. A gente chora, escreve lá umas poesias profundas, chora, mas um dia a gente acorda e descobre que esse aí não existe não.
Amanhã é sexta, um novo dia. Um novo outro qualquer. Eu queria te dizer que eu sinto muito, Zé. Mas eu não posso te dizer isso porque a verdade é que eu não sinto mais nada. Nadinha, Zé.
(tati b. -zelador)
Mas hoje é quinta, hoje tem visita. Hoje tem risada alta, tem festinha, tem maquiagem e música. O senhor promete que não me julga, Zé? Eu sei que você se atrapalha, liga aqui pra cima e fica até mudo. São tantos nomes, não é? Mas é só fazer que nem eu: chama todo mundo de “o outro”. Todos são outros. Porque o de verdade, Zé, o de verdade não existe. A gente chora, escreve lá umas poesias profundas, chora, mas um dia a gente acorda e descobre que esse aí não existe não.
Amanhã é sexta, um novo dia. Um novo outro qualquer. Eu queria te dizer que eu sinto muito, Zé. Mas eu não posso te dizer isso porque a verdade é que eu não sinto mais nada. Nadinha, Zé.
(tati b. -zelador)
Isso é coisa, coisa, mas isso é coisa, mas isso é coisa...
Isso é coisa...
Isso é coisa...
Seu assunto principal é falar mal.
Onde você vai chegar assim?
Seu assunto principal é falar mal da vida alheia, mas
Isso é coisa feia.
Onde você vai chegar assim?
Seu assunto principal é falar mal da vida alheia, mas
Isso é coisa feia.
Antes, antes, de julgar mal, porque não olha pra si
Mesmo.
Verá que está cometendo maior ou mesmo erro.
Onde você vai chegar assim? Contando histórias sem fim... dele, de mim
Seu assunto principal é falar mal da vida alheia, mas
Isso é
Coisa feia.
É sim
Isso é coisa feia.
ponto de equilibrio_
Mesmo.
Verá que está cometendo maior ou mesmo erro.
Onde você vai chegar assim? Contando histórias sem fim... dele, de mim
Seu assunto principal é falar mal da vida alheia, mas
Isso é
Coisa feia.
É sim
Isso é coisa feia.
ponto de equilibrio_
"Porque ele sempre volta. E meu coração fica calmo. E ele vai comigo na pizzaria e todos meus amigos novos morrem de rir porque ele é naturalmente engraçado e gente boa e sabe todos os assuntos do mundo. E todo mundo adora meu melhor amigo. E eu amo ele. E sempre acabamos suspirando aliviados "alguém é bobo como eu, alguém tem esse humor" e mais uma vez rimos da piada que inventamos. E esse é meu presente dessa fase tão terrível de gente indo embora. Quem tem que ficar, fica." (tati b.)
pra você, esquisitinho ♥
pra você, esquisitinho ♥
Você não tinha mais cigarros; eu ofereci.
Você queria andar; corremos.
Você tinha medo; eu não.
Você tinha algo; eu não tinha ninguém.
Eu queria beijar; você não sabia mais.
Eu queria correr, você fugiu.
Eu tinha você; você não queria nada.
Eu disse “Oi”; você disse “Adeus”.
Eu tenho tantos cigarros; você nem fuma mais.
Queria que você ligasse; você não ligou.
Queria que você falasse; você se calou. (fresno)
Você queria andar; corremos.
Você tinha medo; eu não.
Você tinha algo; eu não tinha ninguém.
Eu queria beijar; você não sabia mais.
Eu queria correr, você fugiu.
Eu tinha você; você não queria nada.
Eu disse “Oi”; você disse “Adeus”.
Eu tenho tantos cigarros; você nem fuma mais.
Queria que você ligasse; você não ligou.
Queria que você falasse; você se calou. (fresno)
És presença.
E, mesmo quando és ausência, és muito mais do que saudade. És vontade de ver de novo, de ver mais, de ver mais de perto, ver melhor. E tocar, de modo que, cada toque, eu tenha um pouco mais de ti em mim, para que não haja mais ausência. Te encontrar virou apenas uma questão de fechar os olhos.
Tenho confundido 'eu' com 'nós'. Mas essa confusão só me acontece porque eu tenho certeza de tudo que eu sinto. E o que eu sinto é o tal do amor. Aquele surrado, mal-falado, desacreditado e raro amor, que eu achava que não existia mais. Pois existe. E arrebata, atropela, derruba, o violento surto de felicidade causado pelo simples vislumbre do teu rosto. (beeshop)
E, mesmo quando és ausência, és muito mais do que saudade. És vontade de ver de novo, de ver mais, de ver mais de perto, ver melhor. E tocar, de modo que, cada toque, eu tenha um pouco mais de ti em mim, para que não haja mais ausência. Te encontrar virou apenas uma questão de fechar os olhos.
Tenho confundido 'eu' com 'nós'. Mas essa confusão só me acontece porque eu tenho certeza de tudo que eu sinto. E o que eu sinto é o tal do amor. Aquele surrado, mal-falado, desacreditado e raro amor, que eu achava que não existia mais. Pois existe. E arrebata, atropela, derruba, o violento surto de felicidade causado pelo simples vislumbre do teu rosto. (beeshop)
sábado, 2 de outubro de 2010
'Então, que seja doce.
Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou o cinza dos dias, bem assim: que seja doce. Quando há sol, e esse sol bate na minha cara amassada do sono ou da insônia, contemplando as partículas de poeira soltas no ar, feito um pequeno universo, repito sete vezes para dar sorte:que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante.Mas, se alguém me perguntasse o que deverá ser doce , talvez não saiba responder. Tudo é tão vago como se fosse nada.Ninguém perguntará coisa alguma, penso. Depois continuo a contar para mim mesmo, como se fosse ao mesmo tempo o velho que conta e a criança que escuta, sentado no colo de mim(...)'
Caio Fernando Abreu - Os dragões não conhecem o paraíso.
Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou o cinza dos dias, bem assim: que seja doce. Quando há sol, e esse sol bate na minha cara amassada do sono ou da insônia, contemplando as partículas de poeira soltas no ar, feito um pequeno universo, repito sete vezes para dar sorte:que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante.Mas, se alguém me perguntasse o que deverá ser doce , talvez não saiba responder. Tudo é tão vago como se fosse nada.Ninguém perguntará coisa alguma, penso. Depois continuo a contar para mim mesmo, como se fosse ao mesmo tempo o velho que conta e a criança que escuta, sentado no colo de mim(...)'
Caio Fernando Abreu - Os dragões não conhecem o paraíso.
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
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